sábado, 28 de abril de 2007

O homem que resolveu abandonar a vida


Após olhar incessantemente pela janela, tudo que via era nostalgia. Pessoas andando de blusa pelo frio que finalmente chegara, todos os carros se movendo, tudo como sempre foi.
As janelas embaçadas e o doce de uma lagrima que escorre na solidão escura por traz dela.
Sem ter o que fazer, e apenas podendo fazer, ter o caderno como única compania, começando a escrever suas angustias:


Oh mundo cruel, o que fazer num caso desses?

Por favor, me diga. Estou confuso
Estou triste...
Tão triste como não fico há muito tempo
Talvez até mais triste.

Mundo cruel,
Por que me forças à isso?
O que fiz pra merecer?
Não sou por acaso uma boa pessoa?

Estou cansado de tudo isso
Pessoas nem sequer reparam
Estou simplesmente cansado
Ate demais para continuar

Estou quase desistindo,
Quero forças,
A única coisa que eu prezo mais que minha vida
A única e única entre as únicas
Só assim posso continuar

Eu não sei mais
Minhas certezas sumiram
Minhas memórias são a única coisa que resta agora
Apenas gostaria de dizer uma ultima descoberta

Descobri por tudo isso
A única coisa boa
Vocês são especiais"


Terminando por aqui, se levanta e olha mais uma vez pela beleza da janela.
Dois mundos tão diferentes que insistem em não se aproximar. O que é belo continuará belo.
Porém nesse dia é um belo triste, mais triste que qualquer outro. Tão triste e desesperadamente sereno. Se levanta e vai dar uma ultima olhada no que foi sua vida.
Quer saber, sem arrependimentos, só o que resto fazer é fechar os olhos de uma vez por todas.